Ter um bom relacionamento com o profissional, tirar suas dúvidas e cuidar da saúde bucal podem ajudar a eliminar o problema.

 

Apesar de ser importante cuidar da saúde bucal, para algumas pessoas ir ao dentista significa ter que viver momentos de terror e aflição. Seja por trauma, histórias de parentes mais velhos ou apenas uma questão cultural, a verdade é que tem gente que evita consultas odontológicas por anos. Para acabar com isso, convidamos uma especialista para ajudar essas pessoas a cuidar do sorriso sem pânico.

 

Mesmo com a evolução dos tratamentos e dos instrumentos, que estão cada vez mais tecnológicos, a associação do dentista à dor e ao desconforto ainda continua muito presente

 

De onde vem esse medo todo?
Para Joyce Grazielle Buratti, psicóloga do Centro de Pesquisa e Atendimento Odontológico para Pacientes Especiais da Unicamp, a resposta está no passado. “Antigamente não existia preocupação com prevenção ou estética, as práticas eram sempre curativas e dolorosas. O cuidado, na sua maioria, era a base de extrações que também envolviam dor e insatisfação”, diz a especialista.

Mesmo com a evolução dos tratamentos e dos instrumentos, que estão cada vez mais tecnológicos, a associação do dentista à dor e ao desconforto ainda continua muito presente. “É uma herança cultural que passa de pai para filho”, diz Joyce.

 

Principais vilões
Segundo especialista, dentro de um consultório odontológico o que costuma apavorar mais as pessoas é: o barulhinho do motorzinho (aquele instrumento metálico e comprido usado pelos dentistas), a anestesia (mais especificamente a agulha), tratamentos de canais, extrações e a própria possibilidade de sentir dor.

 

Mas o desconhecido também assusta. E aí entra a responsabilidade dos pais desde cedo. “Muitas crianças que atendo têm medo de dentista por que não tem o hábito de ir às consultas, não entendem o que está para acontecer e nem porque é importante cuidar dos dentes”, diz a psicóloga.

 

Desse fato podem nascer adultos medrosos e cheios de problemas bucais e de saúde. “Não cuidar diariamente e desde cedo dos dentes e da gengiva através de uma higienização adequada e da supervisão periódica de um dentista pode levar a consequências sérias não só na boca como também no coração, pulmão, rins e articulações”, diz a profissional.

 

Dica para os pacientes
Se você se encaixa no perfil citado acima, se liga nas dicas da Joyce para que suas idas ao dentista se tornem mais agradáveis.

 

– Procure ir relaxado para a consulta. Faça refeições leves e, se conseguir, pratique atividades prazerosas ou de relaxamento antes.
– Busque um profissional de confiança e crie um vínculo com ele.
– Seja sincero sobre seus medos e dúvidas e procure entender sobre todos os procedimentos que serão feitos na sua boca. É um direito seu, se aproprie disso sem vergonha.
– Aprenda a cuidar muito bem da saúde bucal em casa para evitar infecções e problemas mais graves.
– Não deixe de fazer visitas periódicas ao dentista e uma limpeza bucal a cada seis meses. Assim, além de você já ir se acostumando com os procedimentos e o ambiente, você também evita problemas maiores.
– Converse com um psicólogo sobre seus medos e procure entender porque eles existem, assim fica mais fácil tentar combate-los.

 

Dicas para os dentistas
No caso do profissional, não há muito segredo. “Ele precisa passar calma e segurança ao paciente. O grande desafio da saúde é não entrar na lógica da indústria, produzir mais com menor tempo. Saúde não é mercadoria. O paciente não é apenas um dente, ou um conjunto deles, ele deve ser olhado de maneira integral. Gosto muito de uma citação de Carl Jung que diz: conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”, finaliza a psicóloga.

 

Editado por SHZ Odontologia
Fonte: Terra Saúde

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