No mundo da odontologia, o atendimento a pessoas com deficiência (PCD) exige uma abordagem única e especializada. Essas pessoas enfrentam desafios específicos que podem afetar sua saúde bucal, tornando essencial a adaptação dos tratamentos para atender às suas necessidades.

Assim, é fundamental entendermos mais sobre como podem ser realizados esses atendimentos de forma mais inclusiva e beneficiando a saúde odontológica dessas pessoas. 

Quem são os pacientes com deficiência?

Pessoas com deficiência, conhecidas como PCD, são aquelas que necessitam de um atendimento odontológico adaptado devido a diversas condições que podem ser físicas, sensoriais, mentais ou comportamentais. Esses pacientes podem ser, por exemplo:

  • Pessoas com deficiências congênitas, físicas e/ou mentais.
  • Indivíduos com distúrbios comportamentais como medo, ansiedade, disfunção cerebral, autismo, entre outros.
  • Pessoas com desvios psíquicos como neuroses, psicoses e esquizofrenia.
  • Pacientes com alterações metabólicas e fisiológicas.
  • Indivíduos com deficiências sensoriais e de audiocomunicação.
  • Indivíduos com doenças endocrinometabólicas.

Tratamentos Odontológicos ao paciente com deficiência

Um dos desafios para os cirurgiões dentistas ao tratar pacientes com deficiência é que muitos não conseguem realizar a própria higiene bucal de forma eficiente, dependendo assim de cuidadores. Portanto, é crucial que os profissionais desenvolvam um bom relacionamento com os familiares e responsáveis, orientando-os e realizando um trabalho preventivo.

Tratamentos Odontológicos ao paciente com deficiência intelectual

A deficiência intelectual, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), é caracterizada por uma capacidade significativamente reduzida de compreender informações novas ou complexas e de aprender novas habilidades. As causas  podem ser diversas, incluindo fatores genéticos, infecciosos, traumáticos, entre outros, podendo ocorrer em diferentes períodos da vida.

Manifestações bucais comuns

Pacientes com deficiência intelectual podem apresentar diversas manifestações bucais que requerem atenção especial dos profissionais de odontologia. Entre as condições frequentemente observadas estão a xerostomia, ou boca seca, que é comumente associada ao uso constante de medicações que reduzem a produção de saliva. 

Além disso, esses pacientes podem desenvolver maloclusões, que são desalinhamentos dos dentes e da mordida, bem como trauma oclusal, que ocorre quando há um contato anormal entre os dentes. Bruxismo, o hábito de ranger ou apertar os dentes, também é bastante prevalente entre esses indivíduos. 

Outro problema comum é o acúmulo de biofilme nas superfícies dentárias, que resulta de uma higiene bucal inadequada ou insuficiente.

Este acúmulo pode levar a piores condições gengivais, como gengivite e periodontite, além de um aumento na incidência de cáries dentárias. Esses desafios destacam a importância de um cuidado odontológico adaptado e contínuo para manter a saúde bucal desses pacientes em um nível satisfatório.

Durante a consulta

Durante a consulta, estabelecer uma relação de confiança com os cuidadores, familiares e o próprio paciente é essencial para garantir um atendimento eficaz e humanizado. Um ambiente acolhedor e uma comunicação clara ajudam a criar essa confiança. 

Para pacientes com boa cognição, o método “dizer-mostrar-fazer” pode ser extremamente eficaz, pois demonstra passo a passo o que será feito, ajudando a reduzir a ansiedade e a melhorar a compreensão. 

No entanto, para aqueles pacientes que apresentam mais resistência ao tratamento, seja por medo, nervosismo ou outras razões, pode ser necessária a utilização da estabilização protetora.

Essa técnica deve ser aplicada sempre com o consentimento e a autorização explícita do responsável ou cuidador, garantindo a segurança e o bem-estar do paciente durante todo o procedimento.

Tratamento Odontológico ao paciente com deficiência física

A deficiência física pode resultar em dificuldades na movimentação e na realização de uma higiene bucal eficiente. As causas podem ser congênitas ou adquiridas, e as manifestações bucais variam conforme o tipo de deficiência.

O atendimento odontológico para pacientes com deficiência requer sensibilidade, conhecimento específico e uma abordagem humanizada. 

Entender as particularidades de cada condição e trabalhar em conjunto com cuidadores e familiares é fundamental para promover a saúde bucal e o bem-estar desses indivíduos. 

O comprometimento com a inclusão e a adaptação do atendimento são passos importantes para garantir um tratamento digno e eficiente para todos.

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