Unânimes, dentistas defendem que, depois que os dentes nascem, como qualquer outro órgão do corpo, deveriam nos servir durante a vida toda, até mesmo quando já somos idosos. Sendo assim, não é certo ostentar que perder os dentes e usar um par de dentaduras é consequência natural da idade. O profissional ressalta que a cavidade oral sofre alterações com a idade, como a diminuição da saliva, uma maior probabilidade de acúmulo de germes bucais e, até mesmo, uma retração gengival (deslocamento da gengiva), mas esses são problemas que podem ser evitados se houver uma boa prevenção.

“A secura bucal é um dos incômodos da terceira idade e que, muitas vezes, pode trazer desconfortos como mau hálito, ardência e até ulcerações. Entretanto, essa alteração na produção de saliva está muito mais relacionada ao uso de medicamentos para tratamento de doenças crônicas do que com o envelhecimento em si. Um médico deve ser consultado para ver se há outra opção de medicamento. Em alguns casos, a secura da boca pode ser suavizada com contínuos goles de água, com o mascar caramelos sem açúcar ou estimular com gelo triturado colocado embaixo da língua”, explica o dentista.

O idoso, por produzir menos saliva (a responsável por limpar a boca), naturalmente, tem maior número de germes bucais. “O amontoado de bactérias, além de causar cáries, quando sobre a gengiva, resulta em doença periondontal – periodontite, podendo destruir as fibras da arcada dentária, causar sangramento, mobilidade do dente, detrimento ósseo e, em alguns casos, a perda do dente. No entanto, a prevenção é uma aliada. A escovação correta e a eliminação do germe rapidamente pode evitar traumas. Por exemplo, o estágio antes da periodontitie é a inflamação dos tecidos bucais causada pela placa de germes (tártaro) e a sua remoção é simples, efetuada através da raspagem da gengiva e da raiz do dente”, comenta o profissional.

Outro mal sentido com o passar do tempo é a retração gengival, que deixa os dentes desprotegidos e sensíveis. Com o deslocamento do tecido gengival, que atua como colar de proteção ao redor do dente, áreas que não possuem esmalte dental ficam expostas e quando em contato com alimentos e bebidas quentes ou frias o incômodo da dor pode ser sentido. “Para tratar essa alteração na gengiva, o método irá variar de acordo com o tipo de causa do deslocamento. Para o acúmulo de bactéria na gengiva, a limpeza profissional, chamada de raspagem é a recomendada. O ajuste oclusal se faz mais do que necessário quando existe a má posição dentária. E, se o problema for os freios labiais uma microcirurgia deve ser realizada”, informa o especialista.

Para os que perderam os dentes precocemente, hoje, existe a possibilidade de exibir um belo sorriso. Além das próteses removíveis, os implantes dentários são boas alternativas. O último levantamento das condições de Saúde Bucal da População Brasileira, realizado pelo Ministério da Saúde com a colaboração da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) entre 2002 e 2003, concluiu que o brasileiro com mais de 60 anos de idade já extraiu, em média 26 dentes, sendo que três em cada quatro idosos não possuem nenhum dente funcional.

“A maioria dos pacientes nessa idade relaxam um pouco na prevenção. Entretanto, se você cuidar bem dos seus dentes, escovar pelo menos três vezes ao dia com creme dental com flúor, usar fio dental pelo menos duas vez ao dia e se for regularmente ao dentista para exames completos e limpeza, os seus dentes podem durar a vida inteira”, conclui o dentista.

 

Fonte: Santa Catarina 24 Horas

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