O dentista explica como tratar as alterações que acontecem com a boca dos idosos
A boca dos idosos sofre diversas alterações com o passar dos anos. Além dos problemas com os dentes, eles também apresentam diminuição no fluxo salivar, retração das gengivas, alterações na língua, queilite actínica e candidose
“Também são muito comuns problemas periodontais, com o amolecimento de dentes e em muitos casos perda de alguns deles. A diminuição do fluxo salivar e o aumento da viscosidade da saliva são os mais comumente encontrados e podem ser potencializadas pela ação de medicamentos de uso contínuo e diário (cerca de 70% dos medicamentos ingeridos pelos idosos causam esse efeito), radioterapia para tratamentos de tumores malignos na região da cabeça e pescoço, estados emocionais debilitantes, entre outros, causando no paciente a “sensação de boca seca”, explica o dentista.
Além desses problemas, o profissional também diz que a língua despapilada que acontece por conta da diminuição das atividades da glândula também é comum e ocasiona a diminuição das papilas, aquele relevo natural da língua. “Acontece uma diminuição da percepção do tato, temperatura e paladar, prejudicando levemente a alimentação. A queilite actínica é uma alteração do lábio inferior, devido a exposição excessiva ou em longo prazo ao sol. Afeta principalmente indivíduos do sexo masculino e de pele clara. Sua evolução é lenta, sendo que a atrofia da borda do vermelhão do lábio inferior é a primeira manifestação clínica Deve e pode ser prevenida com o uso de protetor solar e chapéu com aba”.
Já a candidose é causada por um fungo chamado Candida Albicans. “A queixa principal do paciente é variada, podendo apresentar uma leve sensação de desconforto, ardor, queimação, gosto estranho e desagradável, algumas vezes halitose. Pacientes que utilizam próteses, e que não fazem a correta higienização delas, tendem a desenvolver candidíase na região de palato (céu da boca). Deve ser feito o uso de clorexidina para melhor higienização da mucosa bucal, o uso de antifúngico (sob orientação profissional) e a troca das próteses no tempo correto (geralmente a cada 5-6 anos)”.
Para alterações na gengiva, o dentista explica que a prevenção com o auxílio de um periodontista é fundamental, de preferência com consultas periódicas a cada 6 meses, onde o profissional efetuará a remoção do tártaro com raspagens manuais ou com um aparelho chamado ultrassom.
Nos casos em que a perda dos dentes já aconteceu, o ideal é investir em próteses que devem ser confeccionadas por um profissional com o uso de implantes para melhora a situação. “O paciente idoso que apresenta deficiências de mastigação pode vir a ter problemas colaterais, devido a pior absorção dos nutrientes, decorrente da deglutição de pedaços grandes de comida. A reposição dos dentes com próteses de boa qualidade contribui e muito para a melhora da qualidade vida e da auto estima do paciente”, conclui.
Fonte: Caras Saúde