Pesquisas indicam que o mau hálito atinge cerca de 40% da população do brasil, ou seja: quatro em cada dez brasileiros sofrem com a halitose. O problema, portanto, é mais comum do que gostaríamos e tem causas tão diversas que vão desde as constantemente citadas disfunções gástricas, o até a baixa produção de saliva. Profissionais e pesquisadores já identificaram mais de 60 motivos que podem causar o mau-hálito. A boa notícia é que a lista de tratamentos e ações de prevenção também é grande.
Diferentemente do que é divulgado, a halitose não é causada sempre por problemas estomacais. Na realidade, em 90% dos casos o problema está presente na cavidade oral. Ela pode ocorrer em qualquer idade, mas pode ser agravada com o uso de determinados medicamentos, consumo excessivo de alimentos ricos em enxofre (como por exemplo, repolho, couve flor e brócolis),baixa produção ou qualidade inadequada de saliva.
Por essas razões, o tratamento deve ser feito por um cirurgião-dentista. Eles são os profissionais mais indicados para avaliar a saúde bucal e orientar quais são os procedimentos corretos a serem seguidos. Com base no diagnóstico, que é obtido por meio de exames clínicos bucais, análise da quantidade e qualidade da saliva, os tratamentos são definidos. Atualmente, os tratamentos vão desde a adoção de uma dieta alimentar balanceada, até mesmo o uso de laserterapia e tens (eletroterapia), que regeneram a função glandular.
Infelizmente nem sempre quem tem o problema consegue identificá-lo. Isso ocorre porque as células do nariz se acostumam com os cheiros após algum tempo. Os velhos hábitos de lamber o pulso ou fazer concha com as mãos e depois respirar este ar portanto não conseguem passar a verdadeira medida do problema.
Diante disso a melhor, fica claro que a melhor maneira de se descobrir o mau hálito é perguntando a alguém de confiança.
Confira as recomendações do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP):
1. Comer de 3 em 3 horas:
Não tem jeito, dietas muito restritas e jejum são o caminho perfeito para o mau hálito. Com pouca glicose no sangue, o organismo passa a queimar gordura para gerar energia. Esse processo libera na corrente sanguínea os chamados ácidos graxos, que tem componentes voláteis com um cheirinho nada agradável. Do sangue o ácido chega até o pulmão e “escapa”pela respiração. Além disso, durante os regimes a tendência de ingerir menos alimentos faz com que se mastigue menos e o estímulo reduzido à produção de saliva, aumenta as chances de mau hálito
2. Cuidado com ressecamento bucal:
Alimentos muito salgados, quentes ou condimentados deixam a boca mais seca, contribuindo com o mau hálito. Mas fique calmo, isso não significa abstinência de cafeína! Uma única xícara de café não vai alterar o seu hálito, o problema mesmo é o excesso. Por isso, consuma esses alimentos com moderação.
3. Evite comidas “gordas” e com cheiro forte:
Mais uma vez o cuidado com a alimentação aparece, dessa vez na ingestão de gordura, proteína e alguns condimentos. Alimentos como o alho, cebola, carne vermelha, frituras, refrigerantes devem ser evitados. Novamente o consumo de maneira equilibrada e sem exageros é a solução.
4. Consumo de alimentos duros e fibrosos:
Maçã e cenoura, por exemplo, são ótimos aliados contra o mau hálito. Alimentos desse tipo são capazes de fazer uma raspagem nos dentes evitando o acúmulo de bactérias.
5. Evitar álcool e cigarro:
Não é muita novidade que ambos são prejudiciais a saúde, mas os dois ainda contribuem com o mau odor. Por favorecer o ressecamento bucal, o álcool provoca uma grande descamação das células bucais, que são ricas em proteínas (olha elas aqui de novo!), que são transformadas em enxofre (ele novamente…) pelas bactérias. Já o fumo possui em sua composição diversos derivados de enxofre (sim, ele DE NOVO) e, por causa do calor intenso que fica na boca, também contribui para o ressecamento bucal e consequentemente para o mau hálito!
6. Água, muita água:
A salivação é essencial para combater a halitose e quando bebemos pouca água, as glândulas salivares não produzem a saliva adequada. Por isso, beba no mínimo 2 litros de água ao longo do dia. Hidratação é o segredo!
7. Higiene bucal completa (incluindo a língua):
Essa pode não ser uma surpresa, mas é extremamente importante. Não tem muito segredo (ou não deveria ter!). É seguir as etapas: fio dental, escovação, limpeza da língua, e enxaguante bucal (para esses casos o sem álcool).
8. Visitar o cirurgião-dentista regularmente:
Em 90% dos casos o problema está presente na cavidade oral. Por isso, nada melhor do que um cirurgião-dentista para avaliar sua boca e identificar possíveis problemas como cáries, placa bacteriana e gengivites.
Fonte: Segs